O influenciador e empresário Gabriel Spalone, alvo de mandado de prisão temporária por suspeita de participar de um esquema de desvio de R$ 146 milhões via PIX, foi preso na noite do último sábado (27) ao pousar no Aeroporto Internacional da Argentina, em Buenos Aires, depois de ser incluído na Difusão Vermelha de procurados da Interpol.
🔴Difusão Vermelha | Também conhecida como "lista vermelha" é um mecanismo internacional para o compartilhamento de informações de foragidos internacionais. Atualmente, a organização possui 19 bancos de dados à disposição das polícias do mundo, entre eles, de impressões digitais, perfis de DNA, documentos falsificados e obras de arte, por exemplo.
Gabriel Spalone era considerado foragido no Brasil desde terça-feira (23). Após viajar a Dubai, ele foi detido no Panamá, mas acabou liberado por não estar na lista da Interpol. Horas depois, ele foi incluído no alerta vermelho da organização internacional, o que o fez ser preso em Buenos Aires.
De acordo com a Polícia Federal, a prisão foi feita com apoio da Polícia Civil de São Paulo e das autoridades da Argentina, Panamá, Paraguai e Estados Unidos. A nota diz ainda que Gabriel deve ser extraditado para o Brasil.
Gabriel Spalone passou por audiência de custódia na Argentina na segunda-feira (29) e será deportado para o Brasil. De acordo com o advogado Eduardo Maurício, que representa o empresário, foi requirido um pedido de revogação da prisão e para a exclusão do influenciador da lista da Interpol.
Também foi feita uma denúncia na Corte Interamericana de Direitos Huamanos, para que Gabriel possa responder o processo em liberdade. Maurício disse que as autoridades do Panamá o liberaram para seguir viagem a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Sua defesa também afirmou que a prisão no Panamá havia sido "ilegal e abusiva".
Contudo, horas depois, Gabriel foi incluído no alerta vermelho da Interpol. Segundo Paulo Barbosa, delegado chefe da Divisão de Crimes Cibernéticos, "a inclusão do nome do Gabriel Spalone na Difusão Vermelha foi resultado de uma ação conjunta da Polícia Civil de São Paulo com a Polícia Federal".
Ao pousar em Buenos Aires, Argentina, depois de sair do Panamá, Gabriel foi preso pela Interpol dentro do avião. Ele será transferido para o Brasil para ficar à disposição da Justiça.
Ele é suspeito de participação em um esquema que desviou R$ 146 milhões via PIX de um banco e de empresas vítimas das transferências ilegais. Outras duas pessoas foram presas. Guilherme Sateles Coelho e Jesse Mariano da Silva teriam se beneficiado em quase R$ 75 milhões do esquema.
Os investigadores dizem que o esquema envolvia empresas criadas por Gabriel Spalone, que ofereciam serviços financeiros digitais, como transações de câmbio, criptomoedas e pagamentos. Elas não tinham autorização do Banco Central para operar transferências diretas via PIX. Então, usavam o sistema de bancos ou empresas financeiras que têm autorização para realizar a operação.
Esta intermediação é o chamado o PIX indireto, que é ilegal desde janeiro, quando o Banco Central endureceu regras para fintechs, como as de Gabriel. Segundo a polícia, em fevereiro deste ano, as empresas dele realizaram em menos de 5 horas mais de 600 transferências ilegais por pix indireto, de 10 contas de um único banco, totalizando R$ 146 milhões. O banco conseguiu identificar a fraude e recuperar R$ 100 milhões.
Fonte: G1
Por - Gutemberg Stolze / Imprensananet.com