No vale do Anhangabaú, onde se reúnem os manifestantes contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff em São Paulo, o clima já é de derrota. Nem os poucos votos favoráveis à presidente têm feito as pessoas reagirem com mais do que uma discreta comemoração. Na pequena área destinada às lideranças atrás do carro de som, alguns começam a ir embora.
A organização do evento, por volta das 19h45, já trabalhava com a hipótese de não realizar o show do músico Chico César. Diversas vezes a transmissão da votação na Câmara foi interrompida para dar recados de caravanas que já se organizavam para deixar o local.
Os deputados da base aliada do governo de Dilma Rousseff começam a admitir que a votação do impeachment na Câmara deve ser favorável ao impedimento. Até as 20h25 da noite deste domingo (17), havia mais de 210 votos favoráveis ao impeachment -- são necessários 342. O placar de votos contrários ao impeachment era de 68 neste horário -- o governo precisa de 172 para barrar o impedimento.
"O que aconteceu foi o chamado efeito manada. Quando chegamos no Estado do Paraná, e alguns partidos como PMDB, PP e PR não cumpriram a palavra que tinham empenhado conosco, isso projetou uma derrota do governo", disse o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). "Dificilmente haverá uma reversão desse resultado", acrescentou.
Segundo Orlando Silva, a essa altura da votação, esse resultado sinaliza que a oposição vencerá", reconhecendo, de forma antecipada, a derrota governista na votação na Câmara sobre a abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff.
Por Gutemberg Stolze - Imprensananet.com