Inicio este artigo sem nenhuma pretensão de fazer juízo de valor ou qualquer parcialidade, mas tão somente aquecer o debate quanto a essa questão tão articulada no momento e que requer muita responsabilidade e bom senso tanto daqueles que tem o poder de decidir, quanto de toda a sociedade no que tange às opiniões diversas.
O álcool:
As bebidas alcoólicas atraiçoam jovens e adultos, dando-lhes uma sensação enganosa de auxiliá-los a precingir adversidades de convívio social e bloqueios. No entanto, acrescem substancialmente, a probabilidade de o indivíduo optar por algum comportamento de risco, vindo causar danos a terceiros e a si próprio, configurando aí uma auto lesão juridicamente falando. Se estiver equivocada, que me perdoem os mais aprofundados na questão.
O álcool é uma droga lícita, ou seja, é legalmente comercializada apesar de que os resultados de seus efeitos quase sempre serem ilícitos e passíveis de sofrerem as reprimendas da lei e da sociedade. Apesar de menores, não poderem consumir, pelo que determina a lei 13.106/15, comprar nenhum tipo de bebida alcoólica, muitos jovens consomem essa droga, fornecida por quem descumprem a lei e faz pouco caso dela.
A lei é clara neste sentido:
LEI Nº 13.106, DE 17 DE MARÇO DE 2015
Art. 1º - O art. 243 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave." (NR)
Art. 2º - A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 258-C:
"Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do art. 81:
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais);
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento comercial até o recolhimento da multa aplicada."
Art. 3º - Revoga-se o inciso I do art. 63 do Decreto-Lei nº 3.688, de 3 de outubro de 1941 - Lei das Contravencoes Penais.
Art. 4º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Entre os adolescentes, a bebida diminui a possibilidade de sexo seguro, o que pode levar à gravidez não-planejada e contaminação por HIV e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis, aforas outras doenças provenientes do uso continuado.
O álcool é uma substância que causa uma dependência chamada popularmente de alcoolismo, que por sua vez produz alcoólatras, razão pela qual é incluído em todas as relações de drogas. No mundo, “a doença causada pelo álcool“ preocupa enormemente os sistemas de saúde, estimando-se que o número de dependentes esteja entre 10% e 15% da população mundial. No Estado de São Paulo, por exemplo, pelo menos 1 milhão de pessoas sofrem desse mal. Muitas pessoas têm uma ideia formada do que vem a ser alcoolismo, ficando claro que o ser humano que vive nas ruas, de bar em bar, afastado da família e que um dia passou a sofrer de cirrose (degeneração do fígado) é um dependente do álcool. No entanto, muitos outros dependentes descrevem o seu uso como “social“.
Os efeitos do alcoolismo atingem não apenas a saúde do alcoólatra, mas igualmente a comunidade em que ele vive e, especialmente, sua família.
A) Seus efeitos na saúde:
Físicos – afecções como a cirrose hepática e cânceres diversos.
Mentais – perda da concentração e da memória.
Neurológicos – prejuízos na coordenação motora e o caminhar cambaleante.
Psicológicos – apatia, tédio, depressão.
B) Seus efeitos sociais:
Crimes – o número de homicídios detonados pelo álcool é surpreendente: em 1996, 41% em São Paulo e 54% nos Estados Unidos.
Acidentes de trânsito – em 1995, 30% de todos os acidentes com vítimas ocorridos no Brasil foram motivados pelo álcool.
Dados mais recentes divulgados por Veja em 13/10/99 informam que 30.000 pessoas morrem em acidentes de trânsito por ano no Brasil: metade é vítima de motoristas bêbados ou drogados.
Má produtividade no trabalho – além dos danos produzidos à empresa que paga o salário ao alcoólatra, o fato geralmente redunda na demissão e muitos não conseguem um novo emprego devido a isso.
Perda do senso do dever e dos bons costumes – falta ao trabalho, desemprego.
C) Seus efeitos na família:
Comprometimento dos filhos – 80% dos filhos aprendem a beber em casa, diz a psicóloga Denise de Micheli.
Desestruturação do lar – o desemprego gera as dificuldades financeiras e as discussões inevitáveis.
As separações conjugais – a mulher não aguenta as conhecidas fases da euforia: momice (macaco), a valentia (leão) e a indolência (porco).
A violência doméstica – 2/3 dos casos de violência infantil ocorrem quando o agressor está alcoolizado.
O debate sobre a legalização ou da maconha tem feito surgir centenas de pesquisas para demonstrar os seus reais efeitos no organismo. Uma coisa, no entanto já se sabe: ela faz muito mal à saúde e pode causar dependência.
Do rol das drogas ilícitas a maconha é a mais consumida em todo o mundo. Estima-se que 3% da população mundial usem a erva, o que corresponde a 128 milhões de pessoas. Vício mundial, a maconha é usada comendo-a, mascando-a, fumando-a; aspirando-a sob a forma de rapé ou engolindo-a. Causa vermelhidão nos olhos, boca seca, taquicardia, angústia e medo para uns, calma e relaxamento para outros. Barata e de fácil acesso, o seu uso continuado interfere na aprendizagem, memorização e fertilidade. A maconha é considerada um alucinógeno, isto é, faz o cérebro funcionar de forma desconcertante e fora do normal; seu princípio ativo é o delta nove tetraidrocanabinol (Δ9-THC). O THC produz vários efeitos: avermelhamento da conjuntiva dos olhos (olhos injetados), redução da imunidade pela queda dos glóbulos brancos, sinusite crônica, faringite, constrição das vias aéreas, atua sobre o equilíbrio, movimentos e memória.
Segundo especialistas, a maconha consumida hoje é muito mais potente do que aquela fumada nos anos 70 e 80. Naqueles anos de Flower Power o THC encontrado na planta era de 3%, hoje, apreensões recentes nos Estados Unidos revelaram que já existem plantas de Cannabis com até 12% de concentração de THC.
Cria a dependência física e psicológica. Dependendo da personalidade do usuário, pode ser brutal. Se retirada imediatamente, a saúde não correrá nenhum risco, porém, a força de vontade do paciente tem de ser grande, exatamente para vencer sua necessidade psíquica de buscar a maconha.
Como posso saber que a pessoa está usando a maconha?
Existem certos sintomas que podem ser percebidos. Aqueles que estão drogados com maconha podem:
O que acontece no organismo
A substância ativa da planta, o THC, age no cérebro em 20 minutos.
1. Após ser tragada, a droga leva aos pulmões toxinas como o alcatrão, que prejudicam o aparelho respiratório, e o THC segue para a circulação sanguínea;
2. Parte do THC chega ao estômago, fígado e depois aos rins e é eliminada pela urina;
2a. Outra parte chega ao baço; acredita-se que nele o THC reduza a produção de linfócitos e enfraqueça o sistema de defesa do organismo;
2b. Há pesquisas que apontam redução pelo THC dos níveis do hormônio sexual masculino (testosterona), podendo provocar infertilidade temporária;
3. No cérebro, entre as várias substâncias conhecidas como receptores, existe uma que é ativada pelo THC;
3a. No cerebelo, que regula o equilíbrio, postura e coordenação motora, o THC provoca letargia, redução no controle dos movimentos e desorientação espacial e temporal;
3b. No hipocampo, o THC reduz a atividade de neurônios relacionados à memória de curto prazo;
3c. No córtex cerebral, que regula a percepção pelos sentidos, o THC pode promover alterações transitórias nas sensações pelo tato, visão e audição;
4. O THC estimula também o aumento da produção de serotonina, substância que promove sensação de prazer.
A substância THC na maconha é absorvida pelos tecidos gordurosos de vários órgãos do corpo onde são armazenados. Geralmente, podemos encontrar restos de THC nos exames regulares de urina até vários dias depois de a pessoa ter fumado maconha. Contudo, no caso dos que fumam muita maconha (fumantes crônicos), podemos encontrar restos da substância, inclusive várias semanas depois de ter parado de usar a droga.
Quando o assunto é a descriminalização da maconha, podemos observar discursos bastante conservadores que pesam a sua opinião contrária. Em face da polêmica à cerca da descriminalização, sentimos o quão se faz necessário a avaliação livre de qualquer conservadorismo ou parcialidade que resultem em conclusões incongruentes apresentando paradoxo que contraria a real gravidade consequencial de ambas as drogas, daí a pergunta que não quer calar:
Qual dessas drogas causa maiores danos à sociedade? Se essa ou se aquela, por que ambas não são liberadas ou proibidas?
Fonte: Jus Brasil
Por Gutemberg Stolze - Imprensananet.com