O poder judiciário fez pouco caso das graves denúncia de roubo, depredação e pichações no Web Hotel Príncipe da Enseada, um dos imóveis da lista de bens do doleiro Alberto Youssef que foi oferecidos à Justiça. A doação faz parte do acordo de delação premiada na Operação Lava Jato, o hotel quatro Estrelas com 252 apartamentos luxuosos se transformou em ruínas.
Situado no Distrito de Coroa Vermelha, município de Santa Cruz de Cabrália no extremo-sul baiano o hotel ficou conhecido nacionalmente quando noticias da invasão, roubo e pichação foram vinculadas na imprensa nacional. Depois de 131 dias da denúncia o poder judiciário nada fez, o imóvel continua abandonado e alvo de “vândalos”, hoje apenas a parte frontal do hotel possui telhado, o luxuoso hotel quatro estrelas se resume à paredes e escombros, roubaram telhas e toda a madeira do telhado.
Quando a denuncia veio a publico e notificado nos veículos de comunicação o imóvel já se encontrava em estado lastimável. Construído com os melhores materiais disponíveis no mercado (Mármores, Granito, Corrimão de inox, telhas e madeiras especiais) o hotel que deveria ressarcir os cofres públicos por crime de corrupção perdeu 90% do seu valor de mercado, uma irresponsabilidade do poder judiciário.
Em nota dada na ocasião da denuncia o juiz Sérgio Moro informou que o imóvel ainda continuava em nome de Youssef, portanto seria da responsabilidade dele cuidar da manutenção, conservação e segurança do hotel. Com a repercussão da denuncia o juiz informou também que iria acelerar a transferência do hotel para a Justiça, porém já se passaram quase 5 meses e a situação só tem se agravado.
Hoje o hotel se resume apenas à paredes e escombros, roubaram; todas as portas e aduelas, boxes dos banheiro, cuba de inox das pias, 90% das telhas, 80% do madeiramento do telhado, lâmpadas, toda fiação, tomadas e caixas de distribuição elétrica. Os primeiros roubos foram notificados em 18 de fevereiro com cinco pessoas detidas, posteriormente mais oito pessoas foram indiciadas segundo a delegada Teronite Bezerra, todos envolvidos estão em liberdade.
Entre frases escritas nas paredes; "23,7 Bilhões de Dolar - Lava Jato", "Quem Rouba de Ladrão, 100 Anos de Perdão", O Hotel é do Povo", há várias citações sobre a estatal Petrobrasque está no centro das investigações sobre um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, com dirigentes envolvidos no pagamento de propina a políticos e executivos de empresas que firmaram contratos com a petroleira. "A Petrobras é do povo" é uma das pichações.
A prefeitura de Santa Cruz de Cabrália vem empreendendo ações contínuas nas “ruínas” do hotel para combater focos do mosquito dengue. Sem telhado, pisos esburacados e piscina abandonada que acumula água, o hotel oferece um ambiente propício para a proliferação do mosquito.
“Este é um caso delicado, nós como gestores do município não podemos intervir na questão de conservação e segurança do imóvel, porém temos o dever e a obrigação de combater o mosquito da dengue, felizmente por está totalmente abandonado nossas equipes de endemias têm livre acesso às dependências do imóvel e desta forma estamos controlando os focos”, declarou Alexandre Carvalho, vice-prefeito e secretário de Administração de Cabrália.
Por Gutemberg Stolze - Imprensananet.com