O nível do Rio Madeira em Rondônia chegou a 17,66 metros na manhã desta segunda-feira (17), de acordo com o chefe de operações da Defesa Civil da capital, Paulo Afonso.
A marca é considerada histórica já que ultrapassa a maior já registrada em 1997 de 17,52 metros. O nível do Rio Madeira subiu 16 centímetros em menos de 12h. A Defesa Civil afirma que mais de mil famílias foram atingididas pela cheia do rio entre desabrigadas e desalojadas.
O governo do estado decretou estado de emergência em quatro cidades: Porto Velho, Santa Luzia, Guajará-Mirim e Rolim de Moura. O município já havia decretado estado emergência há três semanas na capital.
Há risco de famílias estarem isoladas, disse o comandante-geral do Corpo de Bombeiros de Rondônia, Lioberto Ubirajara Caetano de Souza. O trabalho se torna difícil por causa da grande extensão da bacia do Madeira.
O ministro da Integração Nacional, Francisco José Teixeira, disse no sábado (15), durante visita ao estado, que poderá enviar a qualquer momento ajuda deferal para o resgate de famílias atingidas.
A Eletrobras Distribuição Rondônia deu início, na sexta-feira (14), ao desligamento emergencial de energia nas residências afetadas pelas cheias do Rio Madeira em Porto Velho principalmente nos bairros Baixa da União, Balsa, Triângulo, Nacional e São Sebastião II, os mais atingidos.
Em comunicado, a concessionária de energia no estado confirma que o fornecimento também já foi suspenso nas 5ª, 6ª e 7ª linhas da comunidade de Ribeirão, no município de Nova Mamoré. Diante de emergências o contato disponibilizado pela empresa é o 0800 647 0120.
Na região central de Porto Velho, a mais afetada, além dos moradores, os prédios do Tribunal Regional Eleitoral e Justiça Federal começaram a ser evacuados por causa da invasão da água do rio. Na quinta-feira (13), moradores do Bairro Triângulo fizeram protesto afirmando que a 'culpa' da cheia do rio é das usinas construídas no Madeira (Jirau e Santo Antônio).
As ondas formadas pela força da correnteza (banzeiro) do Rio Madeira ficaram mais fortes a partir da abertura das comportas das usinas hidrelétricas Santo Antônio e Jirau, segundo a Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM). No entanto, apesar de muitos moradores das áreas alagadas culparem os dois empreendimentos pela cheia do rio, a CPRM diz que este é um fenômeno natural e está sendo monitorado diariamente. As duas usinas negam qualquer influência na cheia do rio.
Os moradores de Guajará-Mirim e Nova Mamoré estão isolados por conta da cheia do Araras subiu que cobriu a única ponte dá acesso às cidades. Nos dois municípios já faltam combustíveis.
De acordo com Defesa Civil, quatro escolas estão atendendo as pessoas que não têm para onde ir. O bispo da diocese de Porto Velho dom Moacyr Grechi determinou que todas as paróquias abram as portas para receber desabrigados. Um ginásio, na Zona Sul, está reservado e poderá receber desabrigados a qualquer momento.
Voluntários trabalhavam na separação e organização dos donativos entregues pela população para a distribuição aos desabrigados. Pontos coletas foram montados no shopping da capital, prefeitura e Corpo de Bombeiros. Alimentos, roupas, água, material de higiene e colchões estão entre os itens mais arrecadados.
Por Adriana Araújo – imprensananet.com