Após as pesquisas eleitorais reforçarem o crescimento de Jair Bolsonaro (PLS) nas intenções de voto e apontar uma distância ainda maior entre ele e Fernando Haddad (PT), e uma possivel vitória ainda no 1º Turno, no início do pregão, o dólar era negociado em suas mínimas, abaixo dos R$ 3,85, com queda de mais de 2%. A Bolsa abriu o pregão com alta de mais de 4% e chegou a superar o patamar dos 85 mil pontos. Perto do meio dia, o Ibovespa tinha alta de 2,92%, aos 83,997 mil pontos. No mesmo horário, o dólar recuava 2,06%, cotado a R$ 3,8496.
O economista Silvio Campos, da Tendências Consultoria, afirma que o comportamento do mercado reflete a preferência dos investidores pelas incertezas que o Bolsonaro representam ao projeto já conhecido do PT. "O mercado está comparando as opções. De um lado, há a volta do PT, cujos governos foram extremamente mal avaliados. Do outro, pode ser que não seja tão ruim. Há a visão central de que Paulo Guedes (o economista do programa de Bolsonaro) é liberalizante", diz.
O mercado deve dar continuidade ao rali que começou ontem, a quatro dias do primeiro turno das eleições. Os analistas aguardam ainda para esta quarta nova pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo, sobre a corrida presidencial, que deve sair por volta das 19h.
Ontem, o mercado reagiu ao Ibope/Estadão/TV Globo, que mostrou também o avanço de Bolsonaro, e o dólar fechou abaixo de R$ 4,00. Já a Bolsa fechou com alta de 3,80%, a maior variação porcentual desde 7 de novembro de 2016 (+3,98).
Especialistas entrevistados pelo Estadão/Broadcast avaliam que a chance de uma vitória de Bolsonaro no primeiro turno existe, mas é pequena. O entusiasmo do mercado local, no entanto, não é o mesmo dos investidores estrangeiros, que veem a vitória do candidato do PSL com preocupação.
A cena eleitoral impulsiona o forte rali na Bolsa, com o índice já superando os 84 mil pontos, em alta de 3,56%. No início da tarde, entre as estatais conhecidas como kit eleição por serem mais sensíveis às questões políticas, as ações da Petrobras subiam 6,40% (PN) e 5,77% (ON), enquanto as da Eletrobras avançavam 11,18% (ON) e 11,71% (PNB) -maiores altas. Entre as instituições financeiras, Banco do Brasil ON registrava valorização de 9,16%.
Nesta semana de reta final para o primeiro turno das eleições, os investidores se mostram muito sensibilizados às questões políticas e têm ido às compras a cada pesquisa que mostra a consolidação de Bolsonaro e o aumento da rejeição ao candidato petista, Fernando Haddad.
“A euforia do mercado se deu porque o resultado da pesquisa foi surpreendente, uma vez que, nos últimos dias, Haddad vinha crescendo e Bolsonaro sofria ataques de todos os lados. Achava-se que ele havia atingido seu máximo nas pesquisas, mas não”, diz Victor Candido, economista-chefe da Guide Investimentos. Também contribuiu a notícia de que Bolsonaro recebeu apoio da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA).
O candidato do PSL se tornou o preferido dos investidores brasileiros por ter mais chances de derrotar o PT nas urnas – partido que, na visão do mercado, retomaria o papel mais intervencionista do Estado e poderia comprometer a agenda de reformas.
Os fundos de índice referenciados em papéis brasileiros (ETF, na sigla em inglês) apresentam altas significativas na Bolsa de Londres nesta manhã. Ontem, o principal deles, negociado em Nova York (iShares MSCI Brazil Index, mais conhecido como EWZ) avançou 5,64%, para US$ 35,61, no fechamento do mercado. Em Frankfurt, onde há também negociações desses ativos na Europa, no entanto, não há transações hoje por causa de um feriado alemão.
Na Bolsa de Londres, o CSBR iShares MSCI Brazil Ucits (ACC) avançava 4,16%, a US$ 69,90. Já o IDBZ (Dist) subia 3,99%, cotado a US$ 29,65, e o IBZL (Dist) tinha ganho de 3,43%, a 2.172,88 libras esterlinas.
Fonte - Estadão
Por - Gutemberg Stolze / Imprensananet.com