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Por: Gutemberg Stolze
05/07/2018 - 17:52:04

 

 

A Embraer e a Boeing anunciaram nesta quinta-feira um acordo preliminar para uma joint venture (sociedade comercial) entre as duas gigantes da aviação comercial, na qual a empresa americana se dispõe a pagar US$ 3,8 bilhões por 80% da associação com a empresa brasileira.

 

 

A Embraer, uma das maiores fabricantes globais de jatos de passageiros e a terceira maior exportadora do Brasil em 2017, vinha sendo cortejada havia tempos pela Boeing.

 

 

"Esse acordo com a Boeing criará a mais importante parceria estratégica da indústria aeroespacial, fortalecendo ambas as empresas e sua posição de liderança do mercado mundial", disse em comunicado o presidente e CEO da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva.

 

 

"A combinação de negócios com a Boeing deverá gerar um novo ciclo virtuoso para a indústria aeroespacial brasileira, com maior potencial de vendas, aumento de produção, geração de emprego e renda, investimentos e exportações, agregando maior valor para clientes, acionistas e empregados".

 

 

A Embraer, que teve suas operações de aviação comercial avaliadas em US$ 4,75 bilhões, ficará com o controle de 20% da joint venture.

 

Como vai funcionar essa sociedade? Veja o que se sabe até agora e o que ainda é incerto:

 

A joint venture - A sociedade entre Embraer e Boeing criará uma terceira empresa - uma sociedade dedicada a fabricação de jatos comerciais -, que, segundo o memorando de entendimento, será liderada por uma equipe de executivos sediada no Brasil uma vez que a transação seja consumada. Mas a Boeing terá o controle operacional e de gestão da nova empresa.

 

A negociação entre as duas empresas deve prosseguir pelos próximos meses e só deve ser concluída no final de 2019. Ainda não está claro quais atividades da Embraer permanecerão fora do acordo ou que papel o governo brasileiro terá na joint venture - apesar de a Embraer ser privatizada, o governo tem "golden share" na empresa, ou ação de ouro, que lhe dá poder de veto, de tomar decisões estratégicas ou de impor precondições a acordos.

 

A BBC News Brasil questionou a Embraer a respeito desses temas e aguarda uma resposta.

 

"Uma vez executados estes acordos definitivos de transação, a parceria estará, então, sujeita a aprovações regulatórias e de acionistas, incluindo a aprovação do governo brasileiro, bem como outras condições habituais pertinentes à conclusão de uma transação deste tipo", diz o comunicado.

 

 

No que diz respeito às operações, as empresas dizem que a joint venture "se tornará um dos centros de excelência da Boeing para o desenvolvimento de projetos, a fabricação e manutenção de aeronaves comerciais de passageiros e será totalmente integrada à cadeia geral de produção e fornecimento da Boeing".

 

 

"A Boeing e a joint venture estarão aptas a oferecer uma linha abrangente e complementar de aeronaves de passageiros de 70 a mais de 450 assentos, além de aviões de carga, oferecendo produtos e serviços do mais alto nível para melhor atender uma base global de clientes."

 

 

Com a união, elas esperam economizar (ou fazer "sinergia de custos", no jargão empresarial) de cerca de US$ 150 milhões - antes de impostos - até o terceiro ano de operação. As empresas planejam ainda a criação de uma segunda sociedade, voltada especificamente para o mercado de defesa.

 

A estratégia da Boeing

 

A união entre as empresas deve criar uma gigante da aviação mundial, com atuação tanto na aviação regional quanto no segmento de longa distância.

 

 

Tal "combinação" entre a brasileira e americana é vista como uma reação à união das respectivas concorrentes Bombardier e Airbus. Maior rival da empresa americana, a europeia Airbus passou a atuar no segmento de aeronaves de médio alcance recentemente, ao comprar o programa de jatos regionais da canadense Bombardier - Ao se associar com a Embraer, a Boeing voltaria a ter paridade de forças perante a Airbus.

 

Homem olha debaixo de avião com lanterna: Além do aval do governo brasileiro, a negociação da aprovação dos conselhos das duas empresas e de órgãos reguladores | Foto: Embraer© BBC Além do aval do governo brasileiro, a negociação da aprovação dos conselhos das duas empresas e de órgãos reguladores | Foto: Embraer

 

A Embraer

 

A Embraer é a terceira maior exportadora do Brasil, segundo balanço do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços que contabilizou valores exportados entre janeiro e novembro deste ano. Está atrás apenas da Vale e da Petrobras, nessa ordem. O mesmo aconteceu no ano passado.

 

 

Por questões de sigilo comercial, o ministério diz que não divulga o valor exato de exportação das empresas. A fabricante sediada em São José dos Campos faturou R$ 21,4 bilhões em 2016. Em outubro, anunciou lucro líquido de R$ 351 milhões no primeiro trimestre, revertendo uma perda, no mesmo período do ano passado, que fora de R$ 111,4 milhões.

 

No entanto, a própria empresa projetou um cenário pior para 2018 - "A Embraer espera que 2018 seja um ano de transição, uma vez que a empresa terá a entrada em produção seriada do primeiro modelo E2, o E190-E2, que está programado para ter sua primeira entrega em abril de 2018", disse a companhia em um comunicado sobre seus resultados divulgado em 27 de outubro.

 

A privatização da Embraer

 

Avião da Embraer: Fabricante sediada em São José dos Campos faturou R$ 21,4 bilhões em 2016 | Foto: Embraer© BBC Fabricante sediada em São José dos Campos faturou R$ 21,4 bilhões em 2016 | Foto: Embraer

 

A Embraer foi privatizada em 1994, no fim do governo Itamar Franco, por R$ 154,1 milhões à época. Na ocasião, o acordo previa ao governo brasileiro a "golden share", ação que dá o direito a veto a diferentes decisões, entre elas a transferência de controle acionário da companhia.

 

 

O presidente Michel Temer foi informado em dezembro das conversas entre Embraer e Boeing. Segundo reportagem da época do jornal Folha de S.Paulo, ele só não estaria disposto a autorizar um acordo que representasse a venda do controle da Embraer.

 

 

Além do aval do governo brasileiro, a negociação também precisaria ser aprovada pelos conselhos das duas empresas e pelos órgãos reguladores de Brasil e Estados Unidos.

 

Quem são os atuais acionistas

 

A Embraer tem acionistas estrangeiros e nacionais, divididos entre pessoas físicas, jurídicas e institucionais. Entre os nacionais, estão, por exemplo, o BNDES Participações e a Previ, o fundo de pensão do Banco do Brasil, com 5,4% e 4,8% das ações, respectivamente.

 

 

Segundo a empresa, além do BNDESpar, são considerados como acionistas relevantes os estrangeiros Brandes Investments Partners (15%), Mondrian Investments Partners (10%) e Blackrock (5%).

 

 

Fonte - Msn

Por - Gutemberg Stolze / Imprensananet.com

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